26 de abril de 2008

Editorial

Quinta-feira estava eu, como sempre, depois de chegar do trabalho, ainda meio ressabiado por causa do terremoto, esperando o Jornal da Tribuna Segunda Edição para entrar no ar. Logo quando começa, de cara uma bomba cai sob os meus olhos. Depois no dia seguinte o jornal impresso da Tribuna e mais os grandes jornais como a Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo também divulgam o mesmo fato. Se alguém me contasse eu não acreditaria.

Era uma vez...

É aquela velha história: "quis atirar numa formiga e acertou um elefante". A Polícia Federal investigava uma rede do narcotráfico internacional em São Paulo. A investigação começou no que se achou que seria o escritório dos chefes da droga mas descobriu-se que era um flat que funcionava como um prostíbulo de luxo no bairro Jardins. Conforme a investigação foi se desenrolando, talvez através de grampos, chegou-se ao desvio de financiamentos do BNDES.

Pasmem agora

Casa de prostituição dá nota fiscal? Nunca fui numa mas acredito que não dê (olha aí Governador Serra, uma idéia para o programa Nota Fiscal Paulista). Então se desviava o dinheiro do BNDES que vai para prefeituras, empresas privadas, etc., e se lavava no prostíbulo. Eu fico imaginando aqui. Vamos pegar uma quantia de 130 milhões de reais. Isso multiplicado por 3% que eram desviados, segundo a imprensa, dá um valor de 3,9 milhões de reais. Haja cliente para lavar toda essa grana...

Onde entra a Praia Grande?

Investigando os empréstimos feitos pelo BNDES, segundo o delegado Jaber Saadi da PF, empréstimos fraudulentos foram feitos à Prefeitura de Praia Grande no valor de 130 milhões de reais e outro de 220 milhões de reais para as Lojas Marisa (segundo a Folha de São Paulo).

E na Prefeitura?

A Operação Santa Tereza da PF prendeu o sr. Jamil Issa Filho, assessor de Gabinete da Prefeitura de Praia Grande, e depois levado à carceragem da PF. Na Prefeitura a PF foi cumprir mandato de busca e apreensão, ou seja, foi pegar todos os documentos, provas, no gabinete do assessor. Segundo a PF, Jamil estaria num esquema de desvio dessas verbas do BNDES. Lendo o site da Tribunal, Jamil foi afastado do governo municipal. Por enquanto nada disso chegou ao prefeito.

Não julguemos ninguém

Quem faz isso é a Justiça. Quantas vezes vemos espetáculos na mídia proporcionado pela polícia e depois não dá nada. O importante para o povo de Praia Grande que tudo seja esclarecido para que não se corte verbas importantes para urbanização dos bairros mais carentes do município.

Ah sim!

Se houver culpados, que vão para a cadeia! Eu não consigo imaginar alguém falar que não tem dinheiro para tapar buracos, poder árvores, desentupir esgotos, limpar a praia, conservar o patrimônio público, e mesmo cuidar da própria sede da prefeitura, no momento em que se comprovar um desvio de 3% sobre tantos milhões. Se for comprovado, a cassação do mandato é pouca!

3 comentários:

Anônimo disse...

Uma cois a não podemos deixar passar despercebido. Que o Sr. Jamil foi preso, é verdade. Porém nem todos sabem pois a mídia local dá mais destaque ao caso Isabella que a este que nos envolve diretamente.
Agora, entre os envolvidos está o Sr. José Carlos, dono da Termaq, que foi preso por participar desse esquema vergonhoso de desvio de verba pública, e o Sr. Manoel Fernandes Batos (que o chamavam carinhosamente de "Maneco", porém hoje podemos dizer na linguagem policial: vulgo "Maneco"), que está foragido e é dono do flat onde funcionava o prostíbulo.
Bom, o envolvimento da Termaq com o Sr. Prefeito é público e notório pois a constutora é a responsável por todas as obras em Praia Grande, desde a via expressa até os ginásios utilizados para sediar os Jogos Regionais. O vulgo "Maneco" talvez pouca gente saiba mas tem ligações estreítissimas com o Sr. Mourão, tendo vários imóveis alugados para a Prefeitura utilizados como escolas e Usafas, sendo que, se for construído um aeorporto na cidade será em terreno de sua propriedade.
Lamento apenas o sumiço da mídia nesse caso por interesses financeiros, já que a Prefeitura tem até programa local em emissora de televisão da região.
Mas temos que ficar atentos na hora de votar para afastar esse "vampiros de dinheiro público" da Administração;

Anônimo disse...

Operação Santa Tereza descobriu que flat em São Paulo era prostíbulo
DIVULGAÇÃO/PF

Ostentando atualmente a condição de foragido da Justiça, Maneco, o principal alvo da Santa Tereza, possui duas armas de fogo registradas em seu nome -- um revólver calibre 38 e uma pistola 380 -- e contaria até com proteção policial. Viatura tipo Santana seria usada para escoltar o acusado de chefiar uma rede de tráfico de mulheres e um esquema de liberação e desvio de verbas do BNDES. A informação sobre a escolta privilegiada que seria dispensada a Maneco faz parte de outro relatório sigiloso da PF, que tem 30 páginas. O documento, porém, não faz menção a eventual placa ou prefixo da viatura nem à qual corporação pertenceria, embora não poupe rótulos ao investigado,

Principal suspeito teria até escolta
citando-o como ``parte princi- pal da engrenagem e articulador da organização criminosa''. Nesse documento, mais conversas telefônicas foram monitoradas, revelando que Maneco coordenava a obtenção de notas fiscais frias para dar aspecto de legalidade a financiamentos concedidos pelo BNDES à Prefeitura de Praia Grande e à rede de lojas Marisa. As notas eram fornecidas por Marcos Vieira Mantovani, um dos sócios da empresa de consultoria Probus, que fica em São Paulo. Parte das notas frias emitidas pela Probus, ainda de acordo com o monitoramento da PF, teve como destino a empresa Termaq, empreiteira que realiza obras públicas em Praia Grande, entre outras prefeituras da região, e que teve um de seus sócios, José Carlos Guerreiro, também preso devido à Santa Tereza. Em telefonema realizado no dia 14 de janeiro, Jamil Issa Filho, o assessor de gabinete destituído pelo prefeito Mourão, diz para Maneco ``tirar as notas e trazer''. Em outro diálogo mantido por ambos quatro dias depois, Maneco reclama que o chefe do Executivo de Praia Grande diminuiu o preço combinado da propina e não quer falar sobre o assunto. Em mais uma ligação, às 12h05 do dia 21 de janeiro, o ex-homem de confiança de Mourão informa Maneco que o prefeito, naquele momento está no Paço Municipal, e o orienta a telefonar para o chefe do Executivo para discutir a questão da divisão da propina. Porém, ao principal alvo da Santa Tereza é solicitado que não revele ter conversado antes com Issa Filho.

FRANZ disse...

Obrigado pela sua intervenção. Acabei excluindo o Maneco, que está sendo procurado pela polícia, do assunto. Aliás, ao abrir essa "caixa de pandora", percebemos que em nossa cidade há os poderosos da nação. Como é rico esse Maneco.

Agora o que fica na nossa mente é esse tal de aeroporto. Depois de tantos desvios de verbas pelo Brasil a fora, penso que se esse aeroporto não seria outro problema para a população, mas uma solução para o enriquecimento de gatunos.